Como melhorar o sono? Fique atento à alimentação!

Escrito por
Equipe Manual
Aprovado por
Equipe médica
Última atualização
8 de abril 2024

30 segundos…

Comer muito antes de deitar pode dar pesadelo? Tomar leite ajuda a dormir mais rápido? Se antes as crenças populares já davam dicas de como dormir melhor, hoje, a ciência explica como fazer isso acontecer. E sim, a relação entre a alimentação e o sono  existe, e é sobre isso que vamos falar neste artigo!

Como melhorar o sono com a alimentação?

Como melhorar o sono com a alimentação? Alguns alimentos dão aquela ajuda para nosso corpo relaxar e dormir melhor, e assim, ter um descanso de qualidade! Há quem diga que a saúde começa pelo prato que comemos e, neste post, investigamos sobre os impactos da comida na qualidade do sono. Veja! 

Qual a relação entre o sono e a alimentação?

Nós já adiantamos que existe sim uma relação entre a alimentação e o sono, mas sabia que existe um termo científico que tem sido utilizado para se referir a ela? É a crononutrição! Na verdade, essa expressão é usada para falar sobre a interação da comida com o sistema circadiano, responsável por regular nosso relógio biológico e, assim, controlar nosso sono. 

A ideia da crononutrição é indicar o impacto do horário das refeições na forma como o relógio biológico se organiza e como isso pode contribuir – ou não – para a manutenção da nossa saúde. 

É um racional diferente de como a alimentação pode contribuir para que o corpo aproveite o melhor de cada momento do dia a seu favor. Essa seria uma boa “estratégia” para melhorar o sono, no momento em que pode ajudar a planejar refeições ricas em componentes que ajudam no relaxamento do corpo. 

Mas quais tipos de nutrientes e tipos de alimentos podem ajudar no sono? Esse é tema para nosso próximo tópico! 

Alimentos que ajudam a melhorar o sono 

Carboidratos 

Carboidrato é proibido de noite? Não, se você quiser ter uma boa noite de sono! 

De acordo com um estudo, a baixa ingestão de carboidratos pode levar a sintomas de insônia. Já em outra pesquisa, foi sugerido que refeições ricas em carboidratos perto de deitar podem ajudar a aumentar a fase de sono REM e diminuir as fases de sono mais leve. 

Para que você entenda melhor sobre o que falamos, fizemos esse resumo:  

o sono é dividido em duas “fases” principais: REM e não-REM, sendo que o “REM” é o sono mais profundo, em que o corpo restaura a memória e consolida aprendizados do dia. Já o sono não-REM é composto por subdivisões em que o relaxamento é mais leve. Essas duas fases se repetem várias vezes enquanto você dorme. (Inclusive, nós falamos um pouco sobre a quantidade de horas que você precisa dormir neste post!).

Mas voltando aos carboidratos, quais alimentos apresentam esse macronutriente?

  • Pão
  • Torradas integrais
  • Batata
  • Mandioca/ aipim 
  • Arroz

Alimentos com triptofano 

Não se assuste com esse nome! O triptofano nada mais é que um aminoácido precursor de substâncias como a Serotonina e a Melatonina. A primeira é conhecida como o “hormônio da felicidade”, sendo responsável por regular o humor, a memória e o sono. 

Já a segunda é uma velha conhecida se você acompanha o nosso blog. Ela é chamada de “hormônio do sono” e ajuda a regular o ciclo circadiano, indicando para o corpo o momento para relaxar a noite, com a diminuição da luminosidade. 

Já deu para perceber por qual motivo esse tal de triptofano é tão importante, não é? Ele está presente em alimentos como esses:

  • Grão de bico
  • Banana
  • Nozes 
  • Ovos 
  • Amendoim

Curiosidade: os alimentos ricos em carboidratos ajudam o corpo a produzir insulina, que contribui com o transporte do triptofano na corrente sanguínea. 

Antioxidantes 

E não é que os antioxidantes também ajudam com o sono? É o que indicam algumas hipóteses. Além de contribuir com a recuperação do corpo após exercícios físicos, os antioxidantes também parecem interferir positivamente na regulação do sono. Dentre os alimentos antioxidantes, estão: 

  • Laranja
  • Goiaba
  • Linhaça
  • Peixes em geral
  • Semente de abóbora 

Melatonina 

Nós já passamos por esse assunto, mas a melatonina merece um espaço só para ela! Recapitulando: o hormônio do sono ajuda a regular o ciclo circadiano enviando sinais para o corpo de que é hora de desacelerar para dormir. 

A Melatonina é produzida na glândula pineal, que fica no cérebro, e o gatilho para isso acontecer é a diminuição na luminosidade durante a noite. Do mesmo modo, com o nascer do sol, e consequentemente com o aumento de luz, a produção da Melatonina é reduzida e isso ajuda o corpo a despertar. 

Com o avanço da idade ou com alguns distúrbios do sono, a produção do hormônio pode diminuir e o corpo pode precisar de uma ajuda para normalizar esse processo. Alguns alimentos pode contribuir com isso, são eles:

  • Leite 
  • Aveia 
  • Nozes e castanhas 
  • Kiwi

Além disso, se você já chegou até aqui, deve ter visto que os alimentos com triptofano também podem ajudar a melhorar naturalmente a produção da Melatonina pelo corpo!

Tratamentos com Melatonina

Quando o próprio corpo e a alimentação não são suficientes para ajudar na produção de Melatonina, também é possível fazer tratamentos para sono com medicamentos à base do hormônio. Em geral, a substância é vendida em farmácias com concentrações equivalentes a de um suplemento, mas, para tratamentos de sono, essa dosagem costuma não ser suficiente. 

A gente já explicou um pouco melhor sobre essa diferença entre as dosagens da Melatonina aqui no blog, caso queira entender um pouco mais! 

Qual a quantidade de comida ideal? 

Não adianta falar apenas dos alimentos que ajudam a melhorar o sono, também é importante passar sobre o volume das refeições! O ideal é que você não exagere na quantidade de comida, escolha alimentos mais leves e coma algumas horas antes de dormir para conseguir digerir. 

Isso porque quando esses aspectos não são levados em consideração, muitas vezes sofremos com azia e refluxo. E eles estão relacionados a diminuição da qualidade de sono, ou seja, certamente algo que não queremos, né? Caso sofra com refluxo com frequência, é interessante procurar ajuda médica para também preservar seu sono a longo prazo! 

Por que melhorar o sono? 

O sono de qualidade é fundamental para que o corpo funcione normalmente. Ele ajuda o organismo a se restaurar e contribui com a função cognitiva, com o sistema imunológico, endócrino, entre tantos outros impactos positivos. 

Se a qualidade do sono é ruim, os prejuízos para a saúde são reais e, a longo prazo, podem desencadear doenças mais graves, aumentando o risco de ocorrerem problemas no sistema cardíaco e de desenvolver diabetes e obesidade, por exemplo. 

Quer aprender mais sobre como melhorar o sono? Nós preparamos esse artigo sobre como dormir melhor com 20 dicas essenciais! Até a próxima 🙂 

Embora garantimos que tudo o que você lê no Manual de Saúde seja revisado e aprovado por um médico, as informações apresentadas aqui não têm a intenção de substituir o aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Nunca deve substituir um aconselhamento médico específico. Se você tiver alguma dúvida ou preocupação, fale com seu médico.

References

  1. Doherty, R., Madigan, S., Warrington, G., & Ellis, J. (2019). Sleep and Nutrition Interactions: Implications for Athletes. Nutrients, 11(4), 822. https://doi.org/10.3390/nu11040822 

  2. Grandner, M. A., Jackson, N., Gerstner, J. R., & Knutson, K. L. (2014). Sleep symptoms associated with intake of specific dietary nutrients. Journal of sleep research, 23(1), 22–34. https://doi.org/10.1111/jsr.12084

  3. Porter, J. M., & Horne, J. A. (1981). Bed-time food supplements and sleep: effects of different carbohydrate levels. Electroencephalography and clinical neurophysiology, 51(4), 426–433. https://doi.org/10.1016/0013-4694(81)90106-1

  4. Teimouri, A., & Amra, B. (2021). Association between Sleep Quality and Gastroesophageal Reflux in Medical Students. Middle East journal of digestive diseases, 13(2), 139–144. https://doi.org/10.34172/mejdd.2021.217

  5. Zisapel N. (2018). New perspectives on the role of melatonin in human sleep, circadian rhythms and their regulation. British journal of pharmacology, 175(16), 3190–3199. https://doi.org/10.1111/bph.14116

While we've ensured that everything you read on the Health Centre is medically reviewed and approved, information presented here is not intended to be a substitute for professional medical advice, diagnosis, or treatment. It should never be relied upon for specific medical advice. If you have any questions or concerns, please talk to your doctor.

Leitura adicional

Do nosso centro de saúde. Especialistas, informações e tópicos quentes. Ver tudo Sono artigos