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Calvície: o que é, quais os tipos e tratamentos?

Se você já pesquisou sobre queda de cabelo, certamente já ouviu falar sobre alopecia.

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Aprovado por
Equipe médica
iconÚltima atualização 19 de abril 2024

E é aí que podem surgir as dúvidas: alopecia e calvície é a mesma coisa? Calvície é um tipo de alopecia? Nós sabemos que tantos termos podem confundir quem ainda está aprendendo sobre o assunto e foi pensando nisso que preparamos esse conteúdo para que você conheça um pouco mais sobre os tipos de alopecia. Veja! 

O que é calvície?

A calvície é caracterizada pela diminuição do volume do cabelo, principalmente na linha do cabelo e do topo da cabeça entre homens. A condição é causada pela genética, que torna o organismo do homem mais sensível ao DHT, um hormônio formado a partir da testosterona, reponsável por enfraquecer e encolher as estruturas nas quais o cabelo é produzido – com o tempo, essa sensibilidade faz o volume dos fios diminuir, além de impedir que o couro cabeludo produza novos fios.

Existem tipos de calvície?

A calvície é um tipo de alopecia, que é uma condição que causa a perda de cabelo. Então, na verdade, o que existem são tipos de alopecia e nós listamos cada uma delas a seguir.

Alopecia areata

Esse tipo de alopecia se caracteriza por falhas arredondadas no couro cabeludo, na sobrancelha, na barba e até nos cílios – em casos mais graves, é possível que ocorra a perda total dos fios. 

A queda de cabelo acontece por conta de uma inflamação no folículo capilar, o que impede a produção dos fios. Acredita-se que a alopecia areata tenha gatilhos autoimunes, em que o próprio corpo produz anticorpos contra ele mesmo, além de também possuir relação com a genética e com fatores psicológicos, como estresse.

Eflúvio telógeno

Pessoas com Eflúvio Telógeno apresentam queda exagerada do cabelo, que contribui com a diminuição do volume dos fios. Esse tipo de alopecia pode acontecer como reação a diferentes eventos traumáticos para o corpo, como doenças e outras condições médicas ou até alimentação restritiva, cirurgias, entre outros.

A condição possui duas “subdivisões”: eflúvio telógeno agudo ou crônico. O eflúvio telégeno agudo geralmente é causado por algum gatilho que tenha ocorrido por volta de três meses antes com o corpo. 

E isso tem uma explicação: lembra do ciclo de crescimento do cabelo? Pois é! Esse seria o tempo entre a preparação para o fio cair e ele de fato se soltar do couro cabeludo. Além disso, existem vários motivos que podem causar eflúvio telógeno, como cirurgias, estresse, alimentação restritiva e doenças em geral.

Já o eflúvio telógeno crônico é como se fosse uma “versão” cíclica da condição aguda, em que os episódios de perda dos fios se repetem de tempos em tempos. Em geral, se associa a esses casos doenças autoimunes que fazem com que o cabelo caia. 

Mas essa queda é temporária ou não? Se a causa da perda dos fios for tratada, então sim, a condição será temporária. Aqui se trata muito de descobrir o fator motivador e agir para solucioná-lo!

Alopecia cicatricial

A alopecia cicatricial é um termo utilizado para se referir a um grupo de doenças que causam a perda de cabelo. São situações mais raras, mas ainda assim achamos que seria interessante que conhecesse! A condição acontece quando ocorre uma inflamação nos folículos capilares que impedem que eles voltem a produzir cabelo e, com isso, forma-se um tecido em que não nascem novos fios. 

Alopecia androgenética

A alopecia androgenética é o nome científico da famosa calvície. Se você acompanha o blog já sabe que essa condição acontece entre homens por conta da ação de um hormônio, o DHT, que é produzido a partir da testosterona. 

Esse hormônio não é totalmente um vilão: ele ajuda no desenvolvimento do corpo e na formação de características biológicas masculinas, como a voz, os pelos corporais, entre outros. Mas, quando se fala da saúde dos fios (ou melhor, a falta de), o DHT se torna o responsável por enfraquecer os folículos capilares até chegar ao ponto em que eles não têm mais condições de produzir novos fios – e o resultado? As áreas calvas ao redor da cabeça.

Não existe uma forma de prevenir a calvície, o que falamos é que o quanto antes tratar melhor. A ação do DHT no couro cabeludo não acontece do dia para noite, então, não quer dizer que, se você está começando a ter áreas calvas, seu couro cabeludo não consegue mais produzir novos fios. Esse, na verdade, deve ser um sinal de alerta para procurar o tratamento, já que quando o couro cabeludo está totalmente calvo, a possibilidade de nascer cabelo novamente é muito baixa, quase inexistente.

Calvície tem tratamento? Quais são?

Minoxidil

O Minoxidil é um vasodilatador que atua aumentando a fase de crescimento dos fios. Além disso, o medicamento ajuda estimulando o fluxo de nutrientes e de sangue para o couro cabeludo, o que contribui com a saúde capilar de maneira geral. 

Como usar o Minoxidil?

O remédio para calvície pode ser aplicado diretamente no couro cabeludo por meio de um spray, inclusive, ele é considerado o medicamento tópico mais eficaz contra calvície, com mais de 80% de eficácia, de acordo com estudos.

Também possível fazer um tratamento para calvície com o Minoxidil oral. Há estudos que sugerem que essa via de administração pode ser até mais eficaz do que a tópica, já que possivelmente o couro cabeludo absorva melhor a medicação quando é utilizada em via oral. De qualquer forma, há estudos em que todos os participantes tiveram melhora na saúde capilar utilizando o medicamento, o que comprova sua eficácia. 

Finasterida

Tanto a Finasterida como a Dutasterida e o Saw Palmetto agem impedindo a produção do DHT pelo corpo ao inibir a ação da enzima 5 alfa redutase , que é quem faz a conversão testosterona > DHT. Isso faz com que os folículos capilares não sofram mais com a influência do hormônio, ajudando a paralisar a queda capilar e a crescerem novos fios. 

A Finasterida é um dos medicamentos mais conhecidos e utilizados no tratamento da calvície. De acordo com estudos realizados, a medicação possui 90% de eficácia no controle da queda de cabelo e no auxílio no crescimento de novos fios. 

Dutasterida

A Dutasterida é considerada o bloqueador de DHT mais eficaz. Veja bem: existem dois tipos da enzima 5 alfa redutase, tipo I e tipo II e, enquanto a Finasterida e outros medicamentos atuam bloqueando apenas o tipo II, a Dutasterida age contra os dois. Além disso, há estudos que já compararam a ação da Dutasterida e Finasterida e chegaram à conclusão de que a primeira é 29% mais eficaz do que a segunda.

Saw Palmetto

O Saw Palmetto é um medicamento desenvolvido a base do extrato retirado da Serenoa Repens. A medicação é considerada uma alternativa mais natural, com menor chances de efeitos colaterais, e que ainda assim possui resultados relevantes, ajudando 60% dos homens a melhorarem a saúde capilar, segundo estudos. 

Tratamento entre Minoxidil e bloqueador de DHT

Nós costumamos falar que esse tipo de tratamento age em duas frentes: inibindo o principal responsável pela calvície, o DHT, e auxiliando no crescimento do cabelo.

Mas aqui vale um adendo: o tratamento entre um bloqueador de DHT e Minoxidil é comprovado e pode ser uma alternativa para cuidar da saúde capilar. O que não pode é associar dois bloqueadores de DHT ou o Minoxidil em duas vias de administração diferentes – mas isso, seu médico te orientará na sua consulta 🙂 

Embora garantimos que tudo o que você lê no Manual de Saúde seja revisado e aprovado por um médico, as informações apresentadas aqui não têm a intenção de substituir o aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Nunca deve substituir um aconselhamento médico específico. Se você tiver alguma dúvida ou preocupação, fale com seu médico.

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