Semelhanças
Como funcionam?
O funcionamento das duas substâncias é parecido. As duas medicações simulam a ação do hormônio GLP-1 (não é a toa que são chamados de medicações GLP-1), que é produzido naturalmente pelo corpo, mais especificamente pelo intestino depois das refeições.
Basicamente, essas substâncias agem enviando uma mensagem para o cérebro de que estamos satisfeitos e que não precisamos comer mais. Elas também agem “atrasando” o esvaziamento do estômago, além de aumentar a produção de insulina. Na prática, todas essas funções resultam no aumento da saciedade e menor sensação de fome e isso faz com que sejam tão usadas para o emagrecimento.
Mas atenção! Vale lembrar que esses medicamentos devem ser usados com a orientação de um médico e que é essencial aliar com hábitos saudáveis para ter resultados duradouros.
Efeitos colaterais
Como qualquer medicação, o Saxenda e o Ozempic podem gerar efeitos colaterais. Quando acontecem, eles costumam ser mais leves e geralmente relacionados a distúrbios gastrointestinais, como náusea, vômito, diarreia, entre outros.
Em casos mais raros, já foram relatados casos de paladar afetado, tontura, insônia, cansaço, hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), cálculo biliar (pedra na vesícula), enzimas hepáticas elevadas e algumas reações na região de aplicação (coceira, hematoma, dor, entre outros).
Quais são as principais diferenças?
Princípio ativo
Começamos esse post falando de uma grande semelhança entre a Saxenda e o Ozempic, que é a forma como agem no corpo. Só que cada uma possui um princípio ativo diferente: enquanto o Saxenda é composto por liraglutida, o Ozempic é pela semaglutida – e é aí que começam as diferenças.
Modo de uso
Na prática, uma grande diferença entre os medicamentos é o modo de uso. O Saxenda tem como recomendação de bula o uso diário, conforme orientação do médico. Já no caso do Ozempic, o uso costuma ser semanal.
Aprovação pela Anvisa
Sim e não. Sim porque todos são aprovados e não porque apenas o Saxenda é aprovado no tratamento da obesidade, o Ozempic é aprovado para diabetes tipo 2.
No entanto, ao perceberem a eficácia do Ozempic no emagrecimento, muitos médicos passaram a prescrever a medicação em casos de pessoas obesas. Isso é o que chamamos de uso off-label.
Qual emagrece mais?
Vários estudos já comprovaram que as duas medicações são muito eficazes no processo de emagrecimento, quando aliadas a hábitos saudáveis. Em estudos comparativos, a semaglutida (princípio ativo do Ozempic) foi ainda mais efetiva, ajudando os participantes terem uma média maior de perda de peso ao final de 68 semanas.
¹Alsugair, H. A., Alshugair, I. F., Alharbi, T. J., Bin Rsheed, A. M., Tourkmani, A. M., & Al-Madani, W. (2021). Weekly Semaglutide vs. Liraglutide Efficacy Profile: A Network Meta-Analysis. Healthcare (Basel, Switzerland)
, 9(9), 1125. https://doi.org/10.3390/healthcare9091125
²O’Neil, P. M., Birkenfeld, A. L., McGowan, B., Mosenzon, O., Pedersen, S. D., Wharton, S., Carson, C. G., Jepsen, C. H., Kabisch, M., & Wilding, J. P. H. (2018). Efficacy and safety of semaglutide compared with liraglutide and placebo for weight loss in patients with obesity: a randomised, double-blind, placebo and active controlled, dose-ranging, phase 2 trial. Lancet (London, England), 392(10148), 637–649. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)31773-2
³Xie, Z., Yang, S., Deng, W., Li, J., & Chen, J. (2022). Efficacy and Safety of Liraglutide and Semaglutide on Weight Loss in People with Obesity or Overweight: A Systematic Review. Clinical epidemiology, 14, 1463–1476. https://doi.org/10.2147/CLEP.S391819
⁴Rubino, D. M., Greenway, F. L., Khalid, U., O’Neil, P. M., Rosenstock, J., Sørrig, R., Wadden, T. A., Wizert, A., Garvey, W. T., & STEP 8 Investigators (2022). Effect of Weekly Subcutaneous Semaglutide vs Daily Liraglutide on Body Weight in Adults With Overweight or Obesity Without Diabetes: The STEP 8 Randomized Clinical Trial. JAMA, 327(2), 138–150. https://doi.org/10.1001/jama.2021.23619
⁵Smith, N. K., Hackett, T. A., Galli, A., & Flynn, C. R. (2019). GLP-1: Molecular mechanisms and outcomes of a complex signaling system. Neurochemistry international, 128, 94–105. https://doi.org/10.1016/j.neuint.2019.04.010
