Tratamentos para impotência sexual: quais são realmente eficazes?

Escrito por
Equipe Manual
Aprovado por
Equipe médica
Última atualização
8 de abril 2024

A impotência sexual, também chamada de disfunção erétil, é um problema comum entre homens. No Brasil, estima-se que 45% dos homens sofram com a condição, já em escala mundial, há previsões que 320 milhões de homens sofrerão com ela até 2025. Pensando nisso, reunimos tratamentos que já foram comprovados e que são eficazes contra disfunção erétil para você saber mais sobre o assunto. Continue lendo e aprenda sobre elas! 

O que é impotência sexual?

A impotência sexual, ou disfunção erétil, acontece quando o homem possui dificuldade em ter uma ereção ou em mantê-la durante a relação sexual. Acontece que o processo envolvido na ereção é mais complexo do que parece ser, e depende de fatores físicos e psicológicos para que tudo aconteça normalmente. 

Mas, em resumo, o que ocorre é: com a excitação sexual, o cérebro emite um comando para o organismo que faz com que os vasos sanguíneos liberem óxido nítrico. Essa substância é responsável por ajudar a relaxar as artérias ao redor do pênis para que recebam uma quantidade maior de sangue. Após a “chegada” desse fluxo sanguíneo no pênis, as veias do órgão se contraem para manter o sangue por lá – e isso faz com que ele se enrijeça e a ereção aconteça. 

Quais os tratamentos para impotência sexual?

Tratamentos orais 

A maioria dos medicamentos orais utilizados nos tratamentos para impotência sexual possui mecanismo de ação semelhante. Essas medicações atuam como inibidores de fosfodiesterase tipo 5, ou PDE5, que nada mais é que um enzima que interfere a ação do óxido nítrico e, como resultado, impede que os corpos cavernosos e os músculos ao redor do pênis relaxem para receber o fluxo sanguíneo necessário durante a ereção. Mas isso só acontece quando há excitação sexual. 

Agora que você já sabe como a maioria dos tratamentos orais para impotência sexual funcionam, podemos detalhar um pouco mais sobre eles! 

Tadalafila 

A Tadalafila é um dos medicamentos mais populares para impotência sexual – se você não está reconhecendo por esse nome, talvez fique mais fácil se a gente te falar que essa é a substância ativa no Cialis, né?

Um dos principais pontos que diferenciam a medicação do restantes dos tratamentos para impotência sexual é a duração dos resultados por até 36 horas. Por essa característica é comum que a Tadalafila seja descrita como a “pílula do fim de semana”, já que proporciona maior espontaneidade na relação, sem a pressão do tempo para iniciar a relação e sentir os resultados. 

No Brasil, a dosagem mais comum para o tratamento da disfunção erétil é a de 20mg, mas em outros países também é utilizada em dose de 10mg, que oferece os mesmo resultados, mas com menor probabilidade de ocorrerem efeitos colaterais. 

E é eficaz?

Sim, a Tadalafila é um medicamento comprovado cientificamente! Em um estudo realizado, a medicação ajudou 81% dos homens a melhorarem dos problemas com ereção. Esse é um tratamento de uso pontual, mas a Tadalafila também pode ser utilizada em tratamentos diários, ou seja, quando há uso contínuo da medicação para que o homem tenha efeitos constantes. 

Nesse caso, o medicamento é prescrito em doses menores, de 5mg, e é indicado para homens que tenha relações sexuais pelo menos por três vezes na semana. E não pense que a dose menor faz com que os resultados sejam piores, pesquisas já demonstraram que o tratamento diário oferece benefícios para o desempenho sexual assim como as medicações de uso pontual. 

Se você se interessou em utilizar a Tadalafila, lembramos aqui que caberá ao seu médico fazer a melhor prescrição para o seu caso, ok?

Sildenafila 

A Sildenafila é a substância ativa no Viagra, a primeira medicação aprovada para disfunção erétil, em 1998. Por ter sido a pioneira, a Sildenafila é um dos tratamentos mais conhecidos – estudados – para disfunção erétil. 

Assim como a Tadalafila, o genérico do Viagra funciona inibindo a enzima fosfodiesterase tipo 5 e, assim, ajuda a passagem do fluxo sanguíneo no pênis para a ereção. A medicação é segura e aprovada pela Anvisa. 

Mas, vamos às características principais da medicação: é eficaz (cerca de 82% dos homens que utilizaram a medicação relataram melhora na ereção), os resultados duram uma média de 4 horas e os efeitos colaterais são raros, na maioria dos casos. Além disso, um ponto de atenção entre quem usa a medicação é o fato de que a eficácia pode sofrer interferências de alimentos mais gordurosos e de álcool. 

Valdernafila e Avanafila 

Esses são outros medicamentos para disfunção erétil que também funcionam como inibidores da enzima fosfodiesterase tipo 5. Eles não são populares como os dois anteriores, mas possuem eficácia comprovada por estudos científicos. Um deles, sugere que a Vardenafila é a segunda medicação mais eficaz para a impotência sexual, ficando atrás apenas da Tadalafila. Já outro, levanta a questão de que a Avanafila possui fórmula única, que ajuda a ter menos efeitos colaterais. 

Tratamentos tópicos 

Gel para disfunção erétil 

O Alprostadil é um gel aplicado diretamente na uretra do homem para ajudar a vasodilatação dos corpos cavernosos do pênis e, assim, favorecer o fluxo sanguíneo para ereção. Apesar de possuir efeitos positivos na ereção, o tratamento é visto como secundário, sendo geralmente prescrito para homens que não reagiram bem ou não podem usar os tratamentos orais (inibidores de PDE5).

Cirurgia para disfunção erétil

Existem algumas intervenções cirúrgicas que são utilizadas para ajudar o desempenho sexual, como implantes e cirurgias vasculares. No entanto, ainda não há evidências científicas que comprovem a relevância desse tipo de abordagem como primeira opção no tratamento da impotência sexual. 

Bomba peniana?

Essa é uma opção que não é recomendada em todos os casos, mas pode oferecer um auxílio para alguns homens. O funcionamento consiste no aumento do fluxo sanguíneo no pênis por meio da sucção do ar. 

Substâncias que potencializam os tratamentos

Citrulina + Arginina 

Além dos tratamentos que mencionamos acima, existem substâncias que têm se tornado cada vez mais comuns para complementar o tratamento para impotência sexual e potencializar os resultados. A Citrulina e a Arginina são algumas delas. 

Na verdade, a Citrulina é um precursor da Arginina no nosso organismo, uma substância que colabora com a ação do óxido nítrico no organismo, que, como comentamos acima, possui papel importante na ereção. 

Mas não é só isso! O uso da Arginina também tem sido estudado em tratamentos de hipertensão e hipertensão pulmonar. Isso porque a substância contribui com a função endotelial, que é importante para a circulação sanguínea no corpo, além de também ajudar no tônus vascular e na conexão entre o sistema circulatório e o restante do organismo. 

E a Ioimbina?

A Ioimbina é comumente utilizada como um suplemento para melhorar o desempenho sexual e ajudar na queima de gordura. Apesar de ser amplamente conhecida, ainda não há uma base de dados relevante que certifique a eficácia para uso individual da medicação, no entanto, há estudos que apontam o potencial para complementar tratamentos para disfunção erétil. 

Tribulus Terrestris  

O Tribulus Terrestris é uma substância muitas vezes comercializada com a promessa de aumentar os níveis de testosterona no corpo e, por sua vez, ajudar a performance sexual. Ainda há um conflito na comunidade científica se a substância realmente tem esse poder, já que existem estudos que apontam um aumento nos níveis de testosterona e outros que não.

O que se sabe é que o Tribulus ajuda a aumentar a concentração sérica de testosterona (a quantidade presente na circulação sanguínea), além de ser composto por substâncias, como as saponinas, que colaboram com o aumento da produção do hormônio pelo corpo. Resumindo: ele não necessariamente é a causa do aumento da produção de testosterona, mas tem sim sua contribuição no processo.  

Zinco

O Zinco é outra substância muito relacionada no mercado ao aumento dos níveis de testosterona, o que contribui com a ajuda com o desejo e desempenho sexual. Uma pesquisa realizada estudou a relação entre a concentração de zinco e de testosterona avaliando 40 homens, de 20 a 80 anos. 

No grupo de homens mais jovens, foi percebido uma diminuição na quantidade de testosterona após 20 semanas de dieta sem a presença de zinco. Além disso, em homens mais velhos, a suplementação de Zinco durante 6 semanas também resultou no aumento do nível de testosterona. Ao final do estudo, os autores concluíram que o Zinco ajuda a controlar os níveis do hormônio no corpo. 

Maca Peruana

A Maca Peruana é uma substância cada vez mais popular no mercado pelos diferentes benefícios oferecidos não só para a saúde sexual, mas para o corpo como um todo. Além de ajudar a aumentar a libido, a Maca ajuda a aumentar o desempenho sexual, como diz esse estudo

Mas não é só isso! A substância ajuda a ter mais disposição, além de aumentar a performance física. Prova disso foi um estudo realizado com um time de futebol em Cusco em que os atletas aumentaram em 10,3% o desempenho físico com o uso da Maca Peruana, o que comprova os efeitos na performance física. 

Ginseng Panax

O Ginseng Panax é outra substância muito mencionada para o tratamento de problemas sexuais, como disfunção erétil. Além de ter propriedades afrodisíacas, ele também contribui com o aumento do óxido nítrico, o que ajuda no relaxamento vascular do pênis para a passagem sanguínea e, por fim, para a ereção. 

Hábitos saudáveis 

Os hábitos saudáveis não necessariamente são tratamentos para impotência sexual, mas eles certamente contribuem com a melhora da performance e da saúde sexual. O que queremos dizer com hábitos saudáveis? Alimentação balanceada, prática de atividades físicas e sono regulado para começar a conversa! Acredite: esses hábitos farão toda a diferença na sua vida! 

Embora garantimos que tudo o que você lê no Manual de Saúde seja revisado e aprovado por um médico, as informações apresentadas aqui não têm a intenção de substituir o aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Nunca deve substituir um aconselhamento médico específico. Se você tiver alguma dúvida ou preocupação, fale com seu médico.

References

  1. A. Ahmed, A. Alnaama, K. Shams  and M. Salem. Prevalence and risk factors of erectile dysfunction among patients attending primary health care centres in Qatar. Eastern Mediterranean Health Journal, 2011. http://www.emro.who.int/emhj-volume-17/volume-17-issue-7/article6.html#:~:text=Erectile%20dysfunction%20is%20a%20common%20medical%20problem%20affecting%20approximately%2015,million%20by%202025%20%5B2%5D.

  2. Andrade, Enrico Ferreira Martins de. Estudo clínico do ginseng no tratamento da disfunção erétil humana. Repositório Institucional UNIFESP. 2003. https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/19582  

  3. Coward, R. M., & Carson, C. C. (2008). Tadalafil in the treatment of erectile dysfunction. Therapeutics and clinical risk management, 4(6), 1315–1330. https://doi.org/10.2147/tcrm.s3336 

  4. Cruz , E. R. da ., Paixão, . J. A. da ., & Silva, Y. G. B. . (2021). ABORDAGEM DAS DISFUNÇÕES SEXUAIS: O USO DE LEPIDIUM MEYENII E TRIBULUS TERRESTRIS. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 7(11), 1409–1425. https://doi.org/10.51891/rease.v7i11.3197

  5. da Silva Leitão Peres, N., , Cabrera Parra Bortoluzzi, L., , Medeiros Marques, L. L., , Formigoni, M., , Fuchs, R., , Droval, A. A., , & Reitz Cardoso, F. A., (2020). Medicinal effects of Peruvian maca (Lepidium meyenii): a review. Food & function, 11(1), 83–92. https://doi.org/10.1039/c9fo02732g

  6. Dinerman, B. F., Telis, L., & Eid, J. F. (2021). New Advancements in Inflatable Penile Prosthesis. Sexual medicine reviews, 9(3), 507–514. https://doi.org/10.1016/j.sxmr.2020.09.007 

  7. GamalEl Din, S. F., Abdel Salam, M. A., Mohamed, M. S., Ahmed, A. R., Motawaa, A. T., Saadeldin, O. A., & Elnabarway, R. R. (2019). Tribulus terrestris versus placebo in the treatment of erectile dysfunction and lower urinary tract symptoms in patients with late-onset hypogonadism: A placebo-controlled study. Urologia, 86(2), 74–78. https://doi.org/10.1177/0391560318802160

  8. Gresser, U., & Gleiter, C. H. (2002). Erectile dysfunction: comparison of efficacy and side effects of the PDE-5 inhibitors sildenafil, vardenafil and tadalafil–review of the literature. European journal of medical research, 7(10), 435–446. 

  9. Hanchanale, V., & Eardley, I. (2014). Alprostadil for the treatment of impotence. Expert opinion on pharmacotherapy, 15(3), 421–428. https://doi.org/10.1517/14656566.2014.873789 

  10. Menafra, D., de Angelis, C., Garifalos, F., Mazzella, M., Galdiero, G., Piscopo, M., Castoro, M., Verde, N., Pivonello, C., Simeoli, C., Auriemma, R. S., Colao, A., & Pivonello, R. (2022). Long-term high-dose L-arginine supplementation in patients with vasculogenic erectile dysfunction: a multicentre, double-blind, randomized, placebo-controlled clinical trial. Journal of endocrinological investigation, 45(5), 941–961. https://doi.org/10.1007/s40618-021-01704-3

  11. Munarriz, R., Thirumavalavan, N., & Gross, M. S. (2021). Is There a Role for Vascular Surgery in the Contemporary Management of Erectile Dysfunction?. The Urologic clinics of North America, 48(4), 543–555. https://doi.org/10.1016/j.ucl.2021.07.002

  12. Porst, H., Giuliano, F., Glina, S., Ralph, D., Casabé, A. R., Elion-Mboussa, A., Shen, W., & Whitaker, J. S. (2006). Evaluation of the efficacy and safety of once-a-day dosing of tadalafil 5mg and 10mg in the treatment of erectile dysfunction: results of a multicenter, randomized, double-blind, placebo-controlled trial. European urology, 50(2), 351–359. https://doi.org/10.1016/j.eururo.2006.02.052

  13. Rashid, J., Kumar, S. S., Job, K. M., Liu, X., Fike, C. D., & Sherwin, C. (2020). Therapeutic Potential of Citrulline as an Arginine Supplement: A Clinical Pharmacology Review. Paediatric drugs, 22(3), 279–293. https://doi.org/10.1007/s40272-020-00384-5 

  14. Ronceros, Gerardo, Ramos, Willy, Garmendia, Fausto, Arroyo, Jorge, & Gutiérrez, Julio. (2005). Eficacia de la maca fresca (Lepidium meyenii walp) en el incremento del rendimiento físico de deportistas en altura. Anales de la Facultad de Medicina, 66(4), 269-273. Recuperado en 23 de mayo de 2022, de http://www.scielo.org.pe/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1025-55832005000400003&lng=es&tlng=es.

  15. Wibowo, D., Soebadi, D. M., & Soebadi, M. A. (2021). Yohimbine as a treatment for erectile dysfunction: A systematic review and meta-analysis. Turkish journal of urology, 47(6), 482–488. https://doi.org/10.5152/tud.2021.21206

  16. Wrishko, R., Sorsaburu, S., Wong, D., Strawbridge, A., & McGill, J. (2009). Safety, efficacy, and pharmacokinetic overview of low-dose daily administration of tadalafil. The journal of sexual medicine, 6(7), 2039–2048. https://doi.org/10.1111/j.1743-6109.2009.01301.x 

  17. Yuan, J., Zhang, R., Yang, Z., Lee, J., Liu, Y., Tian, J., Qin, X., Ren, Z., Ding, H., Chen, Q., Mao, C., & Tang, J. (2013). Comparative effectiveness and safety of oral phosphodiesterase type 5 inhibitors for erectile dysfunction: a systematic review and network meta-analysis. European urology, 63(5), 902–912. https://doi.org/10.1016/j.eururo.2013.01.012

  18. Zurawin, J. L., Stewart, C. A., Anaissie, J. E., Yafi, F. A., & Hellstrom, W. J. (2016). Avanafil for the treatment of erectile dysfunction. Expert review of clinical pharmacology, 9(9), 1163–1170. https://doi.org/10.1080/17512433.2016.1212655

While we've ensured that everything you read on the Health Centre is medically reviewed and approved, information presented here is not intended to be a substitute for professional medical advice, diagnosis, or treatment. It should never be relied upon for specific medical advice. If you have any questions or concerns, please talk to your doctor.

Leitura adicional

Do nosso centro de saúde. Especialistas, informações e tópicos quentes. Ver tudo Disfunção erétil artigos